Quantos de nós já ouvimos ou
falamos o termo “Deus falou comigo para fazer isso” e numa sequencia a
afirmação: “Deus me mandou abrir mão”. Não é uma coisa rara de se ver, pessoas
que creditam em Deus o motivo de certas decisões tomadas em sua vida e numa
sequencia um fim trágico ou desagradável dá outra forma a aquilo que antes
tinha sido uma “direção de Deus”.
Não estamos discutindo a forma
com que Deus fala. Se é na mente, se é no coração, se é pela Palavra ou usando outra
pessoa, cheia do Espirito (ou não) para se relacionar com os seus filhos. O
fato é que cremos num Deus que se relaciona de forma graciosa com seus filhos e
que está se revelando, demonstrando a Sua vontade e nos conduzindo ao Seu
propósito eterno. Os que são guiados são filhos e os que são filhos são
guiados. Aqueles que obedecem não mais a carne, mas o Espirito esses são
chamados de filhos. Romanos 8:14
O
problema: Quando estamos para alugar uma casa e nós não conseguimos
provar que temos uma renda, quando a nossa palavra não é suficiente para
garantir a confiança do outro para comigo, nós precisamos de um fiador. E é exatamente isso que o
Senhor tem sido para algumas pessoas. Na impossibilidade de garantir a
aprovação dos outros por si só, temos usado o nome de Deus como garantia de
nossas ações. Seja em forma de profecia, conselho, sugestão, falta do que
falar, ou simplesmente um aval para agir de acordo com a nossa própria vontade.
Ser guiado pelo Espirito requer
uma confiança tamanha, que abre mão de todos os interesses pessoais para estar
passivo a direção do Espirito, em outras palavras, é assumir que não temos
condições nenhuma de agir por nós mesmos e necessitamos do conselho do Senhor.
Neste caso, não temos Deus como
fiador, mas como Senhor. Que não só nos gerou, mas que nos deu liberdade e
autoridade de governar sobre todas as coisas, debaixo da sua tutela, somente
debaixo da sua tutela. E como vemos claramente nas escrituras em alguns
momentos Deus irá mudar o nosso percurso, nos dar ordens específicas e muitas
vezes contraditórias a nossa vontade. (Atos 16:6-7 , 8:26 – Paulo e Filipe)
O problema: Nós cada vez mais estamos
vivendo numa sociedade e formando cristãos hedonistas, que estão interessados
somente no seu prazer. As igrejas que mais crescem hoje são as que têm um
discurso voltado para os desejos e intentos do homem, então aberrações como “venha
buscar a sua benção” ou “hoje é o dia da sua vitória” tem substituído à
mensagem do evangelho, e se tornado o slogan ideal para “igrejas” que tem a
quantidade como sinônimo de prosperidade. Uma ordem ou uma direção que vá
contra o prazer ou a alegria de um cristão muitas vezes é combatida com o
argumento: “A, mas Deus não quer isso pra mim não irmão”, na verdade é a
própria pessoa que não quer, ou “ta repreendido em nome de Jesus”.
Vamos analisar a vida do
profeta Oséias (Oséias 1). Deus manda que ele case com uma prostituta. Muitas
teorias são usadas para justificar esse fato, mas a realidade é que ele se
casou com uma. Aparentemente pode parecer uma ordem absurda e sem sentido: Um
Deus santo manda que seu profeta se case com uma mulher que não compactua com a
sua santidade, uma mulher que mesmo depois de casada continua com suas práticas,
e Oséias consente com todos os seus atos, porque conhecia a sua natureza e
identidade antes mesmo de toma-la como esposa.
O que pode nos passar despercebido
é o porquê o Senhor mandou que ele se casasse com ela. Oséias era um profeta,
representante da autoridade do Criador diante do seu povo, um homem que deveria
conduzir o povo segundo a direção dada por Deus e era exatamente isso que
Oséias estava fazendo. Ao casar com Gômer, a vida de Oséias estava transmitindo
uma mensagem ao povo, estava representado o estado em que eles se encontravam e
a reprovação de Deus. O povo viu em “curto prazo” o que iria acontecer com eles
em longo prazo, se tão somente obedecesse às leis de Senhor.
Quando seguimos fielmente a
ordem do Deus Pai, independente da forma que ela tenha, ou das inquietações do
nosso velho homem, temos a garantia de que Deus dará a forma dele a tudo, e que
também, a nossa vida está transmitindo uma mensagem ao mundo. Pense em quantos
testemunhos nós contamos, todos eles são de pessoas que mesmo na adversidade
foram fiéis a voz do Senhor e por causa disso, tiverem a suas vidas
transformadas segunda a forma que Deus queria dar elas. Da
mesma forma que essas experiências nos inspiram estamos sendo chamados para
inspirar outras pessoas, e faze-los confiar na soberania de Deus.
Assim como ele restaurou o
casamento de Oséias, para afirmar que restauraria o seu povo, nós podemos
descansar na certeza que a obediência é um ambiente seguro, e que nós como
sacerdotes estamos transmitindo a mensagem de um Deus que é poderoso em todos
os seus caminhos, para que de fato sejamos cartas vivas, conhecida e lida por
todos os homens, não escrita com tinta, mas com o Espirito do Messias (2 Coríntios
3:1-5 ), para restaurar a fé de um mundo que está perdido, e morto em seus
próprios pecados.
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